quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Nem todo trajeto é reto; nem o mar é regular...


Interritorialidade



            O prefixo ‘inter’ está presente em diferentes palavras usadas no vocábulo cotidiano por teóricos da cultura digital. Inter em relação ao tempo voltado para a internet, interculturalidade, interdisciplinaridade, integração etc. Esses prefixos marcam o deslocamento de fronteiras, limites e barreiras entre áreas de conhecimento como português, matemática, história entre outras, facilitando o aprendizado pela qualidade cognitiva dos gestos, do som, do movimento e da imagem.
            Entendemos que unir, deslocar, dialogar, relacionar áreas distintas de conhecimento rearticulam visões de mundo e de nós mesmos. Além de possibilitar trocas de informações que muitas vezes são/estão trancadas em suas respectivas caixas. Consideramos que o cruzamento de saberes multiplica perspectivas de interpretações sobre um mesmo assunto, movimentando ideias, transcendendo propósitos, contribuindo para o fomento de pesquisas diversas.
            Destacamos algumas ações ocorridas ao longo da história que fortalecem nossa proposição. O sucesso dos Ballets Russes de Diaghilev (1909-1929) se deu por conta de dançarinos e artistas plásticos envolvidos na elaboração do cenário e figurino. Miró e Max Ernst foram essenciais na montagem de Romeu e Julieta com Nijinski como primeiro bailarino em 1926.  Artistas de vanguarda queriam totalizar as artes, unindo diferentes expressões a obras, intitulando seus projetos de arte total.

A dança passou a ter nesse projeto de “arte total” importância capital porque é por meio do corpo que os sentidos estão associados. O corpo, instrumento da dança, realiza a síntese perceptiva e, por meio do movimento, espaço e tempo combinam-se em uma unidade.                                                                              (BARBOSA, 2008 p.27).

                                        No Brasil destacamos uma tentativa frustrante de integração das artes no Ballet do IV Centenário de São Paulo. Quando em 1954 o coreógrafo húngaro-italiano Aurélio Milloss foi convidado a coreografar o ballet. Milloss era influenciado por Diaghilev e conhecia muito bem o poder de integração entre as artes, convidou artistas brasileiros famosos para fazer a cenografia e figurinos. No entanto, Millos concentrava em si o poder de integrador, assumindo a regência de ideias como um detentor do conhecimento. Não entendendo que a o cruzamento de saberes possibilita múltiplas perspectivas de interpretações sobre um mesmo objeto.

O rompimento de barreiras territoriais, hoje, operado principalmente pelas tecnologias contemporâneas, dispensa o regente. O poder integrador está no grupo, no caso dos coletivos, e muitas vezes concentrado no artista sozinho, que se apropria da música, manipula o espaço e dá conta da materialidade ou seu simulacro.                                                                                            (BARBOSA, 2008 p.27).
           
            Sentimos a necessidade de citar o exemplo de Millos com o intuito de provocarmos reflexões acerca da integração entre as artes como modo de produção, configuração, interritorial, capaz de articular pensamentos distintos sem considerarmos um saber mais valioso que outro.


...meu íntimo

A mulher fraude
arromba portas e janelas...
segue mesmo contra o vento
enfrentando a vaidade
que não aceita ser mediana
nem de longe.





terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Desdobramento numa noite enluarada...



Oxum chama para 
lavar a alma
na água adocicada

benfazeja madrugada
traz inspirações...

Os presságios
anunciam...
plenas entregas...

A sombra é minha.
Mas... caminha do outro lado
para ver de ângulos variados
a aurora resplandecente...
sentir o albor do vento leste...

Partilho com ela a vista
festejando...
porque vivo em dobro.







domingo, 16 de dezembro de 2012

Re' vela


Na Nova Terra
Nada ficará em oculto
Revelações,
desprender'se,
desapegar'se;

rótulos, vaidades...
espelhos da alma...
...
A máscara quebra'se
o mundo novo re'vela'se

Transitando no tempo
Foge do artificioso
segue a estrela cósmica;
Ressonando o BEM.
 

sábado, 15 de dezembro de 2012

Desequilíbrio, movimento...


Ebulição


Eu espero que ela ligue,
pelo menos isso.
... ela só tem nós duas
... só tem eu e você,

somos o braço direito dela e ...
...
se ele sumir no meio do mundo...
.................
se ele sumir...
...
antigamente ela me ligava o dia inteiro...
agora....
ela nem me liga a cobrar...
...
Ela se entregou de corpo e alma,
de alma e corpo.
Como é que se entrega assim de corpo e alma?
...
E eu tenho que viajar...
E ela não me liga.
...
Acho que ele não gosta da cidade.
Gosta do mar...

Ela disse no que vai chegar no fim da tarde...

O dia em que a TERRA parou 12/12/12.







Nova Terra



"Nova Terra


"No borbulhar das emoções,
eis que surge inspiração...
Inacabada...
... permite  encontrar'se
todos os dias...

Entre idas e vindas
ama/ constroe/ encanta
transforma/ experimenta/ renova
cores, sabores e ideias...
encontros no caminho;
... que fazem toda diferença."







quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Pedra preciosa

Prazer em estar perto...
Amor que flui
das trocas fraternas;
lágrimas que rolam emocionadas...
o riso que colori
o vento que sopra...
um perfume doce
envolve com carinho, cuidado e sinceridade.
Irmandade sem pretensões,
só somos assim, simples e amáveis...
um gesto afável para rimar...
uma sensação ímpar...


sábado, 8 de dezembro de 2012

A vida me ensina.

Em minha vida era agosto o mês do desgosto...
mas...
como o mundo está confuso
o ciclo de desgostos foram transferidos para dezembro.
Dezembro de ensinamentos profundos;
desapego, desilusões, decepções
e crescimento espiritual.

Força para superar e transpor barreiras...
Sou feliz porque tenho ânimo
para continuar na guerrilha.

Minha felicidade não depende só de mim,
é um conjunto de energias,
trocas constantes com o universo de pessoas 
de todos os tipos.


" ...onda do mar me levou...
mas eu resisti."