A tendência atual é no sentido de uma união vertical
dos lugares ( Santos, 2006).
Os lugares
horizontais, os quais a maioria da classe média habita é regido de longe e de
cima, pelos espaços “geralmente” verticais. Entendendo que a forças hegemônicas,
regem as ações dos espaços, é coerente pensar que novas realidades espaciais
são construídas, impondo novos mapas e territórios, territórios horizontais,
clandestinos e marginais, fugidios da hierarquização vertical que segrega as
metrópoles. As metrópoles que por muito tempo foram
consideradas, territórios ideais para ascensão financeira, atraindo multidões
em busca de conhecimento e bem-estar. Hoje se destaca pelo crescimento
populacional desenfreado, sobretudo, em sua maioria, pobres expulsos do campo.
Aumentando assim a diversidade socioespacial, materializando bairros e sítios
contrastantes pelas formas de trabalho e de vida a que são submetidos. A
metrópole é o lugar onde os fracos podem subsistir. Por sua vez, esse mundo de
velocidade e fluidez faz também redescobrir corporeidades ideais para a
permanência nesses espaços antrópicos. A cidade é elemento configurador e gerador do
processo artístico da obra. Diálogos são criados entre o corpo em movimento, no
cenário urbano que se verticaliza a cada segundo. A arquitetura gera
complexidades corpóreas nos indivíduos que outrora subiam escadas e, agora
sobem em elevadores virtuais. A cidade é também arena das paixões humanas,
responsáveis, através da interação entre os indivíduos, das mais diversas
manifestações da espontaneidade e criatividade. A ação de andar para trás
aqui aparece como uma atitude subversiva e profana. Apenas caminhar para trás,
como uma atitude de revolta, negação a conformidade e complacência a que somos
impostos. Levando-nos a repensar nossa conduta política e,
por vezes passiva diante do poder hegemônico.
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