terça-feira, 8 de maio de 2012

MANIFESTO ENTRELUGARES


A tendência atual é no sentido de uma união vertical dos lugares ( Santos, 2006).


Os lugares horizontais, os quais a maioria da classe média habita é regido de longe e de cima, pelos espaços “geralmente” verticais. Entendendo que a forças hegemônicas, regem as ações dos espaços, é coerente pensar que novas realidades espaciais são construídas, impondo novos mapas e territórios, territórios horizontais, clandestinos e marginais, fugidios da hierarquização vertical que segrega as metrópoles.

As metrópoles que por muito tempo foram consideradas, territórios ideais para ascensão financeira, atraindo multidões em busca de conhecimento e bem-estar. Hoje se destaca pelo crescimento populacional desenfreado, sobretudo, em sua maioria, pobres expulsos do campo. Aumentando assim a diversidade socioespacial, materializando bairros e sítios contrastantes pelas formas de trabalho e de vida a que são submetidos. A metrópole é o lugar onde os fracos podem subsistir. Por sua vez, esse mundo de velocidade e fluidez faz também redescobrir corporeidades ideais para a permanência nesses espaços antrópicos.

A cidade é elemento configurador e gerador do processo artístico da obra. Diálogos são criados entre o corpo em movimento, no cenário urbano que se verticaliza a cada segundo. A arquitetura gera complexidades corpóreas nos indivíduos que outrora subiam escadas e, agora sobem em elevadores virtuais. A cidade é também arena das paixões humanas, responsáveis, através da interação entre os indivíduos, das mais diversas manifestações da espontaneidade e criatividade. 

A ação de andar para trás aqui aparece como uma atitude subversiva e profana. Apenas caminhar para trás, como uma atitude de revolta, negação a conformidade e complacência a que somos impostos. Levando-nos a repensar nossa conduta política e, por vezes passiva diante do poder hegemônico.

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